quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Cabecear a bola com frequência pode causar algum dano?

Os cientistas agora dizem que sim. Nos jogadores de futebol que cabeceiam a bola com frequência, mostraram-se anormalidades similares àquelas encontradas em pacientes com lesão cerebral traumática, afirmam.
Mas, para isso, a quantidade deve ser intensa: mais de 1.000 cabeceadas ao ano, que  podem afetar regiões responsáveis pela atenção, memória, visão, planejamento e solução de problemas.
Pesquisadores da Sociedade Radiológica Norte Americana usaram uma técnica de ressonância magnética em 32 jogadores amadores. Eles tinham idade média de 30,8 anos e tinham jogado desde a infância.
Para quem não pratica o esporte, o número de cabeçadas pode parecer um exagero, mas só equivale a algumas vezes por dia para um jogador regular. O impacto da ação não é de uma magnitude que irá causar danos facilmente. Mas repetir diversas vezes o movimento poderia desencadear uma cascata de respostas que podem levar à degeneração das células cerebrais.
Em um estudo separado do mesmo grupo de jogadores, eles receberam um teste para avaliar sua função neuropsicológica. Aqueles com a maior frequência anual de cabeçadas tiveram desempenho pior em testes verbais de memória e testes de velocidade psicomotora, que exigem coordenação motora.
Os pesquisadores afirmam que estes dois estudos apresentam evidências convincentes de que a lesão cerebral e deficiência cognitiva podem resultar de cabecear uma bola de futebol com grande frequência. E devem ser levadas em consideração no planejamento de futuras pesquisas para desenvolver abordagens de proteção aosjogadores de futebol.
Esses esforços foram bem sucedidos no beisebol, ressaltam os pesquisadores. No passado, os jogadores sofriam ferimentos no ombro a uma taxa que era alarmante.Mas a investigação em curso ajudou a moldar várias abordagens, incluindo limites para a quantidade de lançamentos que uma criança realiza, o que reduziu substancialmente a incidência destas lesões.
No entanto, Lucas Griggs, porta-voz da Headway (Associação de Lesão Cerebral) foi cauteloso nas conclusões: “A equipe de investigação estudou apenas 32 jogadores amadores, e que seria muito precipitado em tirar conclusões significativas a partir de um estudo com este pequeno tamanho de amostra”. Além disso, as bolas de futebol estão muito mais leves para qualquer risco que possa ou não existir, seja significativamente reduzido.
Os cientistas lembram que uma lesão no cérebro em crianças devido à ação, poderia ser facilmente atribuída a outras causas, dificultando a o impacto preciso do ato. Pesquisas em larga escala ainda precisam ser feitas.

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